QUEM SOMOS

JÚLIA ROSA

Sou pedagoga, professora de Ciências e Biologia, Mestre em Educação pela UFSCar (São Carlos-SP) e Doutora em Educação Escolar pela UNESP (Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara-SP).

Durante os anos em que trabalhei como professora de sala, a existência de estudantes que apresentavam demandas específicas de suporte pedagógico, relacional e emocional me inquietava, embora, no início, eu não dispunha de muito conhecimento e de técnica para auxiliá-los. Mas a minha trajetória de estudos e de prática de ensino acabou mudando isso.

Em 2013 defendi uma dissertação sobre um programa educacional colombiano implementado em escolas rurais da América Latina. Este trabalho me ajudou a entender o contexto histórico, econômico e político da educação brasileira e latinoamericana, assim como da produção de desigualdades educacionais nesse território. 

Durante o mestrado, conheci a pedagogia histórico-crítica e a psicologia histórico-cultural, o que me encantou imediatamente e me fez querer estudá-las. Em 2014, ingressei no doutorado com o objetivo de investigar as contribuições do ensino da teoria da evolução para o desenvolvimento do pensamento abstrato e da visão de mundo. Esta pesquisa me fez entender mais sobre processos envolvidos no ensino e aprendizagem de conteúdos escolares e no desenvolvimento humano.

 

O fenômeno dos estudantes que precisam de suporte extra escola ainda me inquietava, e, a partir de 2017, fui convocada a pensar diretamente sobre eles, quando algumas famílias e terapeutas me procuraram para aulas particulares direcionadas a crianças que não estavam acompanhando a escola. Logo que assumi essa tarefa pude perceber que aula particular ou reforço escolar não parecia ser o caminho adequado para aqueles casos. Reforçar o que a escola já fazia não estava funcionando e as crianças acompanhadas por mim pareciam apresentar, em geral, um desenvolvimento fora do esperado. Era necessário compreender o problema e encontrar outras estratégias.

Busquei, então, cursos e supervisões com psicólogos e neuropsicólogos histórico-culturais, nos quais eu e Rosa nos conhecemos. Rosa compartilhava das mesmas inquietações e, a partir desses cursos e supervisões, levantamos o seguinte problema: há uma grande demanda para o trabalho pedagógico em espaços clínicos e as abordagens dominantes não dão conta de explicar o fenômeno das trajetórias escolares não hegemônicas em sua complexidade. Pior do que isso, tais abordagens não olham de maneira crítica para as contradições sociais produtoras, elas mesmas, da dificuldade de escolarização. A partir daí, passamos a trabalhar juntas.

Desde 2018 tenho atuado na clínica pedagógica com crianças, adolescentes e adultos e me dedicado a construir a clínica pedagógica histórico-cultural a partir do estudo dos seguintes temas: desenvolvimento do pensamento abstrato, DI, TDAH, atividade de estudo e trabalho pedagógico.

ROSA MONTEIRO

Os caminhos que as pessoas percorrem em seus processos de desenvolvimento sempre me chamaram a atenção. Instigada pelas belezas do desenvolvimento infantil, decidi cursar Pedagogia na UnB.

Para continuar a aventura pelas terras do desenvolvimento, fiz mestrado e doutorado em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Educação, também pela UnB.

Compreender o desenvolvimento atípico e o desenvolvimento da linguagem na formação do psiquismo a partir da Psicologia Histórico-Cultural foi uma tessitura importante para os caminhos profissionais e pessoais até aqui.

Ao longo da minha carreira, atuei em todas as modalidades da Educação Básica na Educação Pública, o que me aproximou ainda mais da Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica. Da Educação Infantil ao Ensino Superior, as dificuldades de escolarização e a maneira como eram compreendidas me inquietavam.

Atuando no contexto clínico como pedagoga com essas demandas, pude perceber que esse era um campo pouco explorado a partir da Psicologia Histórico-Cultural.

No intuito de me aprofundar melhor nesse fenômeno, busquei cursos, oficinas, grupos de estudo e supervisão nesta área, tão conhecida dos profissionais de Psicologia e pela Psicologia, mas pouco explorada do ponto de vista da atuação pedagógica, e principalmente, no campo da Pedagogia. Foi então que essa lacuna se transformou em uma ponte.

Conheci a Júlia e juntas compartilhamos as mesmas inquietações e possibilidades: pensar a intervenção clínica pedagógica a partir da Psicologia Histórico-Cultural, considerando as trajetórias de escolarização não hegemônicas, ou melhor, os estudantes que ficam à margem, invisibilizados nos processos escolares institucionais tradicionais. O desafio deste campo, que se revelava profícuo, era compreender, a partir do materialismo histórico-dialético, as contradições que forjam as dificuldades de escolarização e como dar conta delas no contexto da atuação clínica-pedagógica.

A partir do esforço de construir a Clínica Pedagógica Histórico-Cultural, tenho atuado com o atendimento de famílias, consultoria para instituições escolares, e atendimento para estudantes com TDAH, Dislexia, TPAC, dificuldades de alfabetização, desenvolvimento de linguagem e Deficiência Intelectual. Em nossos estudos para formação continuada profissional e grupo de estudos, temos abordado as seguintes temáticas: teoria da atividade aplicada à atividade de estudo, desenvolvimento da leitura e da escrita, desenvolvimento infantil a partir da periodização do desenvolvimento, avaliação da leitura e da escrita, Clínica Pedagógica Histórico-Cultural dentre outras temáticas a partir da Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica.

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SUPERVISÃO CLÍNICA PARA PEDAGOGOS

Profissionais que desejam trabalhar com atendimento clínico pedagógico ou que já estejam exercendo essa função podem participar de nossos grupos de supervisão (ou receber supervisão individualmente). O pré-requisito é ser graduado em Pedagogia.

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